
Com discursos de protagonismo e contra Lula, União Brasil e Progressistas — que integram a base do governo federal — oficializaram nesta terça-feira (19) a criação da federação que será a maior força partidária do país. Com a maioria do Congresso, das prefeituras e fundos bilionários para a campanha, a União Progressista começa a planejar 2026 e mira no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para liderar o projeto.
Apesar de o governador goiano Ronaldo Caiado (União Brasil) já ter se lançado como pré-candidato à Presidência e ser o indicado natural por integrar a federação, Tarcísio é tido como o favorito nos bastidores. O plano seria apoiá-lo, indicando Ciro Nogueira a vice — intenção que o presidente progressista já manifestou publicamente.
Tarcísio participou do encontro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, que validou o estatuto da federação, junto de Ciro, Caiado e Antônio Rueda, presidente do União Brasil. Também participaram o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e Ciro Gomes, que está muito próximo de se acertar com o PSDB.
Todos discursaram dando ênfase ao que chamaram de "momento histórico" para a política nacional. Enquanto Ciro Nogueira e Caiado fizeram discursos politizados, com fortes críticas ao PT e a Lula, Rueda e Tarcísio foram mais comedidos e defenderam que a federação pode indicar novos rumos para o Brasil.
— O Brasil aguardava muito esse passo, com ansiedade e com esperança. Esperança de que seremos capazes de contar com mais uma força para discutir reforma política, envelhecimento da população, financiamento do SUS, processo de pacificação, de desescalada da crise e os debates necessários para um caminho de prosperidade — defendeu o governador paulista.
O que União Brasil e Progressistas terão de resolver também é a participação no governo federal. Hoje, os partidos têm quatro ministérios — o PP é representado por André Fufuca nos Esportes, e o União Brasil tem Celso Sabino no Turismo, Waldez Góes na Integração Nacional e Frederico de Siqueira nas Comunicações.
A federação vai discutir quem deve desembarcar do governo e quem deve ser mantido, mesmo que os correligionários discursem contra e preguem independência no Congresso.
Federação imponente
A União Progressista terá a maior bancada na Câmara de Deputados, com 109 deputados federais (dos 513), além de 14 senadores (de 81), representando 20% dos parlamentares no Congresso Nacional, a maior quantidade de prefeitos no Brasil e uma fatia bilionária de recursos públicos para a campanha eleitoral.
No país, além dos 1.335 prefeitos, a federação agrega sete governadores. Para o ano que vem, entre fundos eleitoral e partidário, a União Progressista deve contar com cerca de R$ 1,1 bilhão para utilizar nas eleições e cobrir os custos dos dois partidos.





