
O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
O PDT de Porto Alegre terá uma reunião na próxima segunda-feira (16) para tratar da sucessão na presidência metropolitana do partido. A ideia dos pedetistas é construir união interna para eleger um diretório, no lugar da comissão provisória que atualmente comanda a legenda. A reunião será às 18h30min, na sede da sigla na Capital.
O favorito para assumir a direção do PDT é o vereador Márcio Bins Ely. Nos bastidores, o grupo ligado ao parlamentar está buscando criar uma chapa de consenso com os pedetistas ligados a Juliana Brizola.
Apesar de independente na Câmara Municipal, Bins Ely é próximo ao prefeito Sebastião Melo (MDB) e indicou cargos no governo municipal. Por isso o parlamentar enfrenta resistência dos trabalhistas mais à esquerda. Eles temem que o vereador, caso assuma o comando do partido, ingresse oficialmente na base de Melo, ao lado do PL e de alas bolsonaristas. O parlamentar, entretanto, afasta esta possibilidade.
— Tenho uma relação com o prefeito Melo, mas o PDT, até por oferecer como uma alternativa, optou por não fazer parte do governo. Para o momento agora, vamos seguir independentes. Esse debate foi vencido, o governo já está estabelecido. Possibilidade remota de ingressarmos no governo — avisa Bins Ely.
Vencido esse desgaste nos bastidores, o PDT convocará uma convenção, que deve acontecer até o final de agosto. É quando encerra a atual gestão provisória, presidida por José Vecchio Filho.
— Se marcar convenção antes, eu renuncio, sem problemas. Nosso objetivo é fazer um grande ajuste com todas as forças. Não existe mais política de curto prazo, tudo tem que ter planejamento estratégico — afirma Vecchio, de olho em fortalecer o partido para a disputa eleitoral de 2026.
Segundo o regimento do partido, o mandato de um presidente de diretório é de quatro anos — portanto, o próximo comandante dos pedetistas da Capital lideraria a sigla nas eleições de 2026 e 2028.