
O “anúncio institucional de grande relevância”, que o Banrisul fará nesta quarta-feira (25), às 9h, em café da manhã com a presença do governador Eduardo Leite, é um presente para a cultura do Rio Grande do Sul. Trata-se da criação do Banrisul Cultural, um instituto para gerir os investimentos culturais do banco.
No café, seguido de entrevista coletiva, a ex-secretária de Cultura Beatriz Araújo será confirmada como responsável para coordenar a implantação e dirigir o Banrisul Cultural.
Bia Araújo foi secretária da Cultura do governo Eduardo Leite desde o primeiro dia de mandato, em 2019. Acabou sendo substituída no final de maio pelo deputado Eduardo Loureiro (PDT), ex-prefeito de Santo Ângelo, com o pretexto de valorizar a região missioneira nos 400 anos das Missões Jesuíticas.
A escolha de Bia Araújo é um acerto do presidente do Banrisul, Fernando Lemos. Ela deixou a Secretaria da Cultura aplaudida pela comunidade cultural e com um balanço de realizações que explica o movimento pela sua permanência. O Banrisul, que tem de prestar contas a seus acionistas e à Comissão de Valores Mobiliários, precisa de gestão profissional no seu braço cultural.
Historicamente, o Banrisul tem se destacado por ser um dos maiores apoiadores da cultura no Rio Grande do Sul. A marca do banco está presente no apoio à conclusão do Multipalco, do Teatro São Pedro, e em iniciativas vitoriosas como a Orquestra Jovem, criada no governo de Yeda Crusius, um projeto social que forma músicos recrutados em escolas públicas. O banco também é um dos principais apoiadores da Feira do Livro de Porto Alegre e de projetos de cinema, teatro e outras manifestações artísticas.
A expectativa é de que agora ou mais tarde seja anunciada a criação do Centro Cultural Banrisul, um espaço como são os centros culturais do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e de bancos privados em outras capitais.
A Caixa tem há mais de 15 anos um projeto de transformação do antigo Cine Imperial, na Rua dos Andradas, em Centro Cultural, mas as obras — que incluem a construção de um cine-teatro de 650 lugares — estão atrasadas. Em julho de 2023, as obras de recuperação foram retomadas com a promessa de conclusão em dois anos, mas a enchente de 2024, que alagou o Centro Histórico, acabou prejudicando o andamento do trabalho de recuperação.