
Não são apenas os hospitais públicos que estão vivendo uma situação caótica antes mesmo da chegada do frio. A Santa Casa de Porto Alegre, instituição filantrópica que mais atende pacientes do SUS no Rio Grande do Sul, sugeriu ao secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter, a suspensão temporária das cirurgias eletivas até que se resolva a pressão sobre as emergências. Ritter ainda não deu resposta.
— Estamos trabalhando muito acima da capacidade instalada, com casos de alta complexidade necessitando de UTI e pacientes sendo intubados e mantidos na própria emergência — detalha o diretor-geral da Santa Casa Júlio Mattos.
O diretor informa que a Santa Casa já suspendeu alguns procedimentos cirúrgicos eletivos que requerem leito de UTI para recuperação, por absoluta indisponibilidade.
— Do outro lado da mesa das negociações insensatas, há uma tragédia em que os hospitais filantrópicos e pacientes, abraçados, clamam por emergência de soluções e não transferências de responsabilidades de um para o outro — desabafa Júlio Mattos.
As Santas Casas vêm há meses alertando os governos para o risco de colapso e pedindo soluções. O que o SUS paga não cobre os custos e os hospitais precisam usar dinheiro dos convênios e de pacientes particulares para equilibrar as contas, o que não está sendo possível e empurra as instituições para o endividamento nos bancos.