
O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Nem mesmo o belo cenário da Fazenda do Bosque, no bairro Bom Retiro em Guaíba, ou o clima de descontração pelo lançamento da 4ª edição da Olifeira, dedicada ao setor de olivicultura, afastou dos prefeitos da Granpal a preocupação com a saúde da Região Metropolitana. Este foi o tema central da assembleia geral do grupo nesta quinta-feira (15), quando foram debatidas medidas para enfrentar a crise no setor.
Os prefeitos seguem cobrando ações de apoio do governo estadual, com receio de que a chegada do inverno possa encher ainda mais as emergências dos hospitais, já superlotados. Em encontro recente, o Piratini acenou com a possibilidade de assumir a gestão de hospitais da Região Metropolitana, que será assunto de nova reunião entre a quarta e quinta-feira da próxima semana.
— Em não havendo o acordo com Porto Alegre, o Estado sinalizou com a possibilidade de assumir hospitais na Região Metropolitana. Existe pré-disposição de pensar sobre o assunto, desde que Porto Alegre faça a manifestação formal de que não tem interesse. Temos interesse, desde que o Estado tenha capacidade de gestão comprovada — explica o prefeito de Guaíba e ex-presidente da Granpal e presidente do Consórcio de Municípios da Região Metropolitana, Marcelo Maranata.
O prefeito ainda demanda os R$ 39 milhões prometidos pelo governador Eduardo Leite em repasses do programa Assistir. Além do Estado, os prefeitos querem novas negociações com o governo federal. A demanda é para que a União amplie o investimento nacional na Saúde, com revisão dos recursos da média e alta complexidades (teto MAC), atualize a tabela SUS e crie um plano especial para atendimento pós-enchente.
— É desesperador pra nós prefeitos, a gente chegou num limite de atendimento e estamos resolvendo conforme nossa capacidade estrutural e financeira. Não tem mais como sustentar sem o compromisso do Estado e da União. Se eles não fizerem a parte deles, não tem mais o que fazer. É preciso deixar as disputas politicas de lado porque chegou numa situação crítica — desabafa Maranata.