
Uma semana depois do desconforto causado por uma intervenção fora do protocolo durante jantar com o presidente da China, Xi Jinping, a primeira-dama Janja da Silva aproveitou um evento da Secretaria de Direitos Humanos para dizer que ninguém vai calar sua voz quando for para defender mulheres e crianças. No jantar, o presidente Lula pediu ao líder chinês que mandasse alguém da sua confiança ao Brasil para discutir a regulamentação das redes sociais. Janja interveio para reclamar da rede chinesa TikTok.
Na versão de um dos ministros, ela teria dito que o TikTok está contribuindo para o avanço da extrema-direita. Lula disse que não foi isso. Que ela reclamou do mau uso da rede, com desafios que que ameaçam a vida de crianças.
— Em nenhum momento eu calarei a minha voz para falar sobre isso. Em nenhum momento, em nenhuma oportunidade. Não há protocolo que me faça calar se eu tiver uma oportunidade de falar sobre isso com qualquer pessoa que seja, do maior grau ao menor grau, do mais alto nível à qualquer cidadão comum — disse Janja na abertura da Semana Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
A primeira-dama disse que ficou "em choque" quando tomou conhecimento da história de uma menina de oito anos que morreu após inalar desodorante aerossol. Segundo a família, a menina participou de um desafio lançado em uma rede social.
Na presença da ministra Macaé Evaristo, Janja continuou:
— Eu quero dizer que eu, como mulher, não admito que alguém me dirija dizendo que eu tenho que ficar calada. Eu não me calarei quando for para proteger a vida das nossas crianças e dos nossos adolescentes.