
No mesmo dia em que seus pais, Vilson e Silvana Covatti anteciparam apoio ao vice-governador Gabriel Souza (MDB) na eleição de 2026, o presidente do PP, Covatti Filho, tratou de deixar a porta aberta para outras opções.
“Poucas vezes discordei dos meus pais - e hoje é uma delas. Não concordo com o que foi supostamente dito por eles e retratado na coluna da jornalista Rosane de Oliveira, em Zero Hora, sobre um apoio incondicional à candidatura de Gabriel Souza", escreveu no X (antigo Twitter).
As “supostas declarações” a que o deputado se refere estão gravadas em áudio e vídeo. Portanto, a insinuação de que poderiam não ter dito o que disseram é manobra diversionista.
Em outra publicação na sequência, Covatti diz que sempre defendeu “uma candidatura própria de centro-direita". E acrescentou:
“O grupo que atualmente comanda o governo tem o meu respeito, mas faz escolhas que o distanciam desse campo ideológico. Se desejam uma aproximação, precisam adequar melhor seu projeto aos valores que eu defendo. Vou continuar trabalhando por uma candidatura própria, que reflita a identidade e os princípios do nosso partido. E seguirei defendendo um projeto construído de forma coletiva, com diálogo e participação ativa da nossa base”.
Na prática, a família deixa um pé na canoa de Gabriel e outra na de Luciano Zucco (PL) e valoriza o passe ao dizer que poderá lançar candidato próprio, mesmo que o PP, por falta de força em Porto Alegre, não tenha em seus quadros um nome competitivo.
A reação do deputado é também uma resposta à ala do PP que está revoltada com o excesso de poder nas mãos de sua família. Além de presidir a futura União Progressista, federação com o União Brasil, ele quer seguir no comando do PP e da Fundação Francisco Dornelles, enquanto sua mãe comanda o PP Mulher. Há uma rebelião sendo gestada no interior do PP.