
O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Foram os dias de chuva, segundo a prefeitura de Porto Alegre, que atrasaram mais uma vez a entrega das 80 moradias temporárias no bairro Sarandi. Previstas inicialmente para março, o município tinha a intenção de finalizar as obras de infraestrutura no início de maio, garantindo a transferência das primeiras famílias até o dia 9 e o restante até o dia 16.
Agora, prefeitura da Capital e o governo do Estado preveem transferir as primeiras famílias que ainda estão no Centro Humanitário de Acolhimento Vida para as casas provisórias até sexta-feira (23). O plano é que todas as 120 famílias que ainda estão no abrigo da Capital já estejam nas casas temporárias até o dia 30 — alguns casos específicos serão encaminhados para estadia solidária ou receberão abrigamento da prefeitura.
A expectativa do Estado é garantir o plano do vice-governador Gabriel Souza de fechar os abrigos estaduais até o final de maio — mesmo que o Estado possa manter os Centros Humanitários de Acolhimento (CHA) até 30 de junho.
Enquanto é responsabilidade do Estado a aquisição e instalação dos módulos habitacionais transportáveis, cabe aos municípios garantir a infraestrutura do local, como energia elétrica, redes de água e esgoto e acessos pavimentados.
— Já finalizamos a elétrica em 40 casas, a água está instalada nas 80. Agora o asfalto está terminando de ser colocado nas ruas, mas tivemos um problema de drenagem que precisou ser corrigido. Estamos finalizando as calçadas e acesso às casas, e ainda vão faltar algumas obras como churrasqueiras e quadra esportiva, mas que não afetam a habitabilidade — explica o secretário de Obras da Capital, André Flores.
A ideia das moradias temporárias é dar mais estrutura e conforto para as famílias que perderam suas casas na calamidade, até que sejam contempladas por programas como o Minha Casa, Minha Vida ou o Compra Assistida.
De acordo com painel de monitoramento do governo estadual, 218 pessoas ainda estão desabrigadas em função da enchente de 2024. A maioria, 120, está no Centro Humanitário de Acolhimento Vida, em Porto Alegre. 72 estão em Canoas e o restante em outras seis cidades do Interior.
No último sábado (17), o Estado começou a última etapa de desmobilização do CHA Esperança, em Canoas. 12 famílias foram transferidas para as moradias temporárias instaladas no município. São 58 no total, e a mudança dos desabrigados para as novas casas segue ocorrendo gradativamente ao longo desta semana. Além de Porto Alegre e Canoas, o governo gaúcho prevê instalar 105 moradias temporárias em Eldorado do Sul e 20 em Rio Pardo.