O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Inaugurado em 1912 por Joaquim Francisco de Assis Brasil, o castelo de Pedras Altas, na zona sul do Estado, guarda um acervo inestimável de livros, documentos e objetos históricos, mas sofre com problemas estruturais e está fechado desde 2017. Inconformado com esse cenário, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), desembargador Arminio José Abreu Lima da Rosa, decidiu organizar um movimento para recuperar o castelo e preservar a memória do diplomata.
— Quem integra a Justiça Eleitoral tem um sentimento de veneração pelo Assis Brasil — justifica o magistrado, ao lembrar que o pensador foi o principal responsável pela elaboração do primeiro Código Eleitoral brasileiro, em 1932, que tornou o voto secreto e estabeleceu o voto feminino.
Residência de Assis Brasil até sua morte, em 1938, e palco da assinatura do tratado que pôs fim à Revolução de 1923, o castelo é tombado a nível estadual e federal. Entretanto, por se tratar de uma propriedade privada, que pertence aos herdeiros do diplomata, há empecilho ao aporte de recursos públicos para a conservação.
Na sexta-feira (6), uma comitiva do TRE liderada por Lima da Rosa visitou o local e, nesta semana, funcionários ligados à Corte devem começar a trabalhar na preservação do acervo. Em paralelo, o TRE atuará junto a entidades e poderes do Estado para viabilizar a recuperação do castelo, em acordo com a família de Assis Brasil.
— É algo que se impõe a quem prestigia a memória, a história e a cultura evitar que haja perda desse patrimônio fantástico. Não podemos pecar por omissão — salienta o presidente do Tribunal.
A situação do castelo de Pedras Altas foi mostrada por GZH em reportagem publicada no final de 2019, que pode ser acessada neste link.
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