Virou o ano e ainda não me saiu da cabeça um pequeno trecho da reportagem devastadora do colega Giovani Grizotti sobre as escolas que entregam para a reciclagem livros didáticos intactos, com desculpas esfarrapadas que em um país sério renderiam punição aos responsáveis (ou irresponsáveis). Uma professora alegou que devolveu os livros de inglês porque a escola não oferece Língua Inglesa aos alunos. Por que antes de triturar os livros não ocorreu a essa senhora que talvez fosse o momento de brigar para que a Secretaria da Educação mandasse um professor de inglês? Ou perguntar se na cidade não haveria voluntários dispostos a ensinar crianças no turno inverso ao da escola? Mais fácil devolver os livros e se livrar daquele fardo incômodo.
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