O Louvre foi o primeiro grande museu que conheci na vida. Uma epifania para quem nasceu e cresceu na roça, sem acesso à arte e à cultura. Era 1990, tempo em que as câmeras digitais ainda não passavam de projeto e os smartphones com suas mil e uma utilidades nem em filmes de ficção existiam. Nos museus em geral, era proibido o uso de flashes, o que tornava praticamente impossível fotografar as obras. As máquinas de amadores não conseguiam captar imagens à meia-luz e, que eu me lembre, nem os turistas japoneses com suas câmeras sofisticadas se arriscavam a fotografar a Monalisa. Podíamos ficar horas apreciando o jogo de luz e sombra de um quadro de Michelângelo, a delicadeza das feições da Vênus de Milo ou os detalhes do sarcófago de um faraó egípcio.