Em reunião aberta à imprensa nesta terça-feira, o prefeito Nelson Marchezan propôs aos dirigentes de escolas de samba de Porto Alegre uma força tarefa para tentar viabilizar os desfiles de Carnaval com recursos da iniciativa privada. Reafirmou aos carnavalescos que, por falta de dinheiro, a prefeitura não dará um centavo para o evento, orçado em R$ 7 milhões.
Marchezan colocou-se à disposição para conversar com empresários interessados em patrocinar as escolas de samba e a estrutura necessária para os desfiles. Os secretários da Cultura, Luciano Alabarse, e de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, também foram designados para a tarefa.
De acordo com a Liga Independente das Escolas de Samba da Capital, são necessários R$ 2 milhões para a cobertura de dívidas assumidas pelas agremiações. O valor é o cachê estabelecido no ano anterior conforme o resultado do último desfile. Mais R$ 5 milhões seriam direcionados para o custeio da estrutura do Porto Seco, como luz, som e arquibancadas.
Caso a arrecadação junto aos empresários seja insuficiente, a ideia é transformar a festa em um evento menor, adequando as alegorias e o espetáculo ao orçamento disponível.
Apesar da má notícia dada aos dirigentes de escolas de samba, de que a prefeitura de Porto Alegre não financiará os desfiles de Carnaval, Marchezan foi surpreendido pelo clima amistoso do encontro que teve até elogios à iniciativa de conversar pessoalmente com os líderes das agremiações.
Robson Dias, presidente da Estado Maior da Restinga, saiu de mãos abanando do encontro aberto à imprensa, mas afirmou:
– O Carnaval nunca foi tratado com tanto respeito.
O presidente da Liga das Escolas, Juarez Gutierres, tentou convencer o prefeito a mudar de ideia, argumentando que o Carnaval gera emprego e produz benefícios sociais, mas Marchezan não cedeu ao apelo.