
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O Senado do Uruguai vota nesta quarta-feira (15) um projeto de lei conhecido como "Morte Digna", que regulamenta a eutanásia no país. Embora ainda estejam previstos debates sobre aprimoramentos jurídicos no texto, o partido governista — Frente Ampla — já conta com apoio da maioria necessária para aprovar a medida. O direito será concedido apenas a uruguaios ou estrangeiros com comprovante de residência no país.
O texto em debate autoriza a eutanásia para adultos mentalmente capazes que se encontrem em "estágio terminal de uma patologia incurável e irreversível" ou que sofram de uma condição que cause "sofrimento insuportável" e "deterioração grave e progressiva" da qualidade de vida.
De acordo com o jornal El País, o acesso ao procedimento dependerá da avaliação de um médico principal e de um segundo médico. Em caso de discordância, uma junta médica será consultada. O texto também prevê a criação de um comitê para revisar os casos.
Uma pesquisa de maio da consultoria Cifra, citada pelo jornal El Observador, mostrou que 62% dos uruguaios são a favor da legalização da eutanásia, enquanto apenas 24% se opõem ao projeto.
Caso seja aprovado, o Uruguai se tornará o quarto país da América Latina a legalizar a eutanásia ativa. Na região, a prática já foi descriminalizada na Colômbia (1997), legalizada em Cuba (2022) e no Equador (2024). No Brasil, a medida é considerada ilegal.





