
A família de Tailon Ruppenthal, de 41 anos, natural de Três Coroas, no Vale do Paranhana, confirmou na segunda-feira (6) a morte do gaúcho durante os combates entre Rússia e Ucrânia.
Ruppenthal engrossa a lista de pelo menos 16 brasileiros mortos ou desaparecidos no conflito, iniciado em fevereiro de 2022. O levantamento feito pela coluna inclui pelo menos três gaúchos.
O primeiro voluntário oriundo do Rio Grande do Sul a ser morto na guerra foi André Luis Hack Bahi, em junho de 2022. Natural de Porto Alegre, ele havia se juntado às tropas ucranianas em fevereiro daquele ano. Criado em Eldorado do Sul, André formou-se em Enfermagem por uma universidade no Ceará, onde morou, e serviu ao Exército Brasileiro. Foi em Fortaleza, no entanto, que ganhou experiência em zonas de conflito, atuando na escolta armada de carros-fortes – inclusive em áreas controladas pelo tráfico de drogas em favelas. Na capital cearense, deixou uma filha de dois anos, Álexyà, para lutar na Ucrânia.
O segundo voluntário gaúcho morto em combate foi Douglas Rodrigues Búrigo, em julho de 2022. Proprietário de uma borracharia em São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra, ele tinha o objetivo inicial de prestar ajuda humanitária na Ucrânia, mas acabou integrando a linha de frente na região de Kharkiv, onde foi vítima de um bombardeio. Douglas serviu ao Exército Brasileiro em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, de 2000 a 2005, no 22º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado.
Tailon Ruppenthal ingressou nas forças ucranianas em julho para lutar contra a Rússia. Ex-soldado do Exército, atuou no início dos anos 2000 na missão de paz das Nações Unidas no Haiti. Sua experiência resultou no livro "Um soldado brasileiro no Haiti" (Editora Globo).
A coluna — que utilizou informações de familiares, notas do Itamaraty, notícias públicas por jornalismo profissional e dados das forças armadas ucranianas — contabilizou ainda cinco mortos de São Paulo; três mortos e um desaparecido do Pará; um do Paraná; um do Rio de Janeiro; um de Santa Catarina; dois de Minas Gerais; e um do Mato Grosso.
Procurado, o Itamaraty não havia respondido ao pedido de contabilização do total de brasileiros mortos na guerra.
Em julho deste ano, diante do aumento de brasileiros atuando nos combates, o Ministério de Relações Exteriores emitiu um alerta consular recomendando que propostas de trabalho para fins militares sejam recusadas.





