
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O governo russo afirmou nesta terça-feira (7) que aguarda esclarecimentos dos Estados Unidos sobre o possível envio de mísseis Tomahawk à Ucrânia. A declaração ocorre após vice-presidente americano J.D. Vance afirmar que Donald Trump consideraria disponibilizar os artefatos para o governo ucraniano.
Embora os EUA já tenham fornecido ajuda militar à Ucrânia desde o início da guerra, o envio desses mísseis significaria uma escalada no conflito.
Amplamente utilizados pelos EUA nas guerras do Afeganistão e do Iraque, os Tomahawk são mísseis de cruzeiro de longo alcance, subsônicos, lançados a partir de navios e submarinos. O equipamento tornou-se amplamente conhecido durante a Guerra do Golfo, em 1991, quando os americanos atacaram o Iraque de Saddam Hussein em retaliação à invasão do Kuwait.
Entre suas principais características está o longo alcance, podendo atingir até 2,5 mil quilômetros, o que permitiria à Ucrânia alcançar alvos em praticamente toda a porção europeia da Rússia, incluindo a capital, Moscou. Também dispõem de alta precisão, graças a um sistema de navegação avançado que permite acertar alvos pontuais com margem de erro de poucos metros. Os mísseis voam a baixa altitude, seguindo o relevo do terreno, e viajam abaixo da velocidade do som, a cerca de 880 km/h. Podem ser equipados com ogivas convencionais ou nucleares.
Dentre os modelos, a versão mais recente, Block IV, inclui capacidades adicionais: pode fornecer informações em tempo real, alterar o alvo durante o voo e pairar sobre uma área por horas aguardando comando para ataque. Também é capaz de transmitir imagens do campo de batalha antes do impacto.
Os Tomahawk também foram utilizados em Kosovo, na Líbia (2011) e no ataque à base aérea de Shayrat, na Síria (2017).




