
Em um almoço recheado de histórias pitorescas sobre o conclave, o arcebispo metropolitano de Porto Alegre, cardeal dom Jaime Spengler, reuniu na sexta-feira líderes empresariais gaúchos para conclamar seu apoio à reforma de um prédio da igreja católica na Avenida Sertório, na zona norte da Capital, e instalar ali a Central de Pastoral João Paulo II, para onde também seriam levados os arquivos de nascimentos, casamentos e óbitos que, desde 1747, estão na Cúria Metropolitana, no Centro Histórico.
Uma das histórias narradas por dom Jaime: provavelmente para ligar um aparelho de barbear, um dos cardeais precisava de uma tomada na Casa de Santa Marta, onde o cardinalato se reunia em absoluta reclusão. A certa altura, encontrou uma espécie de régua numa tomada por detrás de um móvel e a desligou. Minutos depois, surgiu a segurança do Vaticano. O cardeal havia desligado o sistema de neutralização de celulares.
No almoço, dom Jaime brincou com Alfredo Englert, provedor da Santa Casa, que já assumiu a responsabilidade pelo dispensário da central de pastoral, e depositou por momentos em sua cabeça o solidéu de cardeal, chamando-o de dom Alfredo. O bem-humorado dom Jaime, que estava paramentado com a batina preta e faixa vermelha, ainda arrancou gargalhadas ao comentar:
— Está tão apertada que faz parecer um salame.

Ao final, o médico cardiologista Fernando Lucchese percorreu a plateia de microfone em punho e arrecadou entre os empresários tintas e móveis para a obra. As doações para a nova central pastoral podem ser feitas no PIX 92.858.000/0001-45.




