
Outrora apartado do debate climático, o agronegócio vem ganhando espaço nas conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, as COP. Desde a reunião em Sharm el-Sheikh, no Egito (COP27), o setor tem um dia reservado aos debates na área.
Na COP30, que ocorre em Belém, a partir de 10 de novembro, pela primeira vez na história das conferências, a agropecuária terá um espaço para receber visitantes, realizar painéis e mostrar exemplos da produção agropecuária, pautadas em respostas sustentáveis e de mitigação às mudanças climáticas, na Amazônia e nos diversos biomas do país.
O espaço foi batizado como AgriZone, em referência às áreas oficiais da COP - a BlueZone, onde ocorrem as reuniões diplomáticas, e a GreenZone, aberta à sociedade civil. A Agrizone não é oficial, mas foi chancelada pela organização da COP30.
O local ficará em um terreno da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, em uma área de 3 mil hectares distante cerca de dois quilômetros do Parque da Cidade, local dos eventos oficiais da COP. Cada dia será reservado a uma atividade agropecuária: proteína, grãos, frutas, por exemplo.. E temas transversais, como segurança energética, alimentar, mitigação, agricultura de carbono. Todos os biomas estarão representados no espaço.
Alguns exemplos das práticas que o setor pretende exibir: integração lavoura-pecuária-floresta, métodos de recuperação de pastagens e fórmulas de fixação de nitrogênio no solo. Essas iniciativas sustentáveis são comuns dos visitantes da Expointer e Expodireto, no Rio Grande do Sul, mas costumam receber pouca exposição nas COP. A ideia é utilizar o evento como vitrine, de forma a tirar o agro de uma posição defensiva às críticas de ambientalistas e, sobretudo, melhorar a comunicação com a sociedade.




