
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
A administração do Porto Meridional, investimento privado de R$ 6 bilhões em Arroio do Sal, espera que o resultado da segunda análise do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) seja divulgado ainda em outubro.
A aprovação é necessária para o lançamento de editais, a realização de audiências públicas são última fase do licenciamento, que culminará com a emissão primeiramente da Licença Prévia, depois da Licença de Instalação, esta última que permitirá o início das obras.
Em sua primeira análise, o Ibama considerou que o estudo de impacto ambiental não atendeu a todas as exigências e solicitou reformulações. Dois pontos criticados pelo órgão foram a falta de medidas para evitar a contaminação da Lagoa Itapeva durante a construção da ponte que ligará o porto à BR-101 e a capacidade da Rota do Sol, que necessitaria de melhorias.
O diretor jurídico do Porto Meridional, André Busnello, explicou que a questão da Rota do Sol não integra o escopo do licenciamento do porto, uma vez que o projeto não prevê intervenções na rodovia. Quanto à Lagoa Itapeva, novas amostras de qualidade da água e de níveis de ruído foram coletadas e encaminhadas ao Ibama.
A administração aguarda agora a segunda análise do órgão ambiental, com expectativa de liberação dos dados em meados de outubro e a realização das audiências públicas com a comunidade na virada do ano.
— A partir do momento em que formos autorizados a publicar os editais para convocar as audiências públicas, temos um prazo de antecedência de 45 dias. Considerando a organização do evento e a viabilidade de agenda, estimamos, com otimismo, a realização das audiências até a primeira quinzena de dezembro e, de forma mais realista, para a primeira semana de fevereiro. Já temos os compromissos assumidos e o modelo de negócio desenhado. O que precisamos agora é concluir o processo de licenciamento — afirmou Busnello.
Calado mais profundo
Quando pronto, o Porto Meridional será um dos terminais de calado mais profundo do país. Com 17 metros de profundidade, estará à frente do Porto de Santos, em São Paulo, um dos principais do Brasil, cujo calado atual varia entre 13 e 15 metros.
De acordo com a administração do empreendimento, essa profundidade permitirá ao terminal receber embarcações de grande porte, capazes de transportar volumes maiores de carga em uma única viagem.





