
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O pouso de um avião americano no aeroporto Salgado Filho nesta terça-feira (19) gerou alvoroço nas redes sociais e especulações sobre o objetivo do voo. Contudo, não é a primeira vez que a presença de uma aeronave militar estrangeira provoca curiosidade Rio Grande do Sul.
Em fevereiro de 2020, por exemplo, a coluna noticiou que um avião de transporte da força aérea britânica aterrissou no Salgado Filho. Proveniente da Ilha de Ascensão, a aeronave — um Airbus A400M Atlas, conhecido como Atlas C.1 da Royal Air Force (RAF) — fez uma escala técnica para, posteriormente, seguir rumo às Malvinas (Falklands, para os britânicos).
O pouso em Porto Alegre serviu para reabastecimento antes da retomada do voo até o arquipélago, reivindicado pela Argentina no Atlântico Sul.

O fato, porém, não é exclusivo nem recente. O uso de aeroportos brasileiros por aviões do Reino Unido já ocorre há anos. Tanto que, em 2015 e 2016, foi motivo de mal-estar entre os governos do Brasil e da Argentina. Em 2017, por exemplo, um documento do controle de tráfego aéreo do país vizinho veio a público, identificando seis pousos nos aeroportos do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Porto Alegre entre novembro e dezembro de 2016. Já em 2015, foram registrados 12 pousos.
Há, contudo, casos ainda mais antigos. Em 1983, o fotógrafo de Zero Hora Fernando Gomes flagrou o pouso de aeronaves da Royal Air Force na Base Aérea de Canoas a caminho das Malvinas. O fato, na época, gerou protestos do governo argentino — então comandado por uma junta militar — e quase levou os dois países a romperem relações diplomáticas. O clima de tensão afetou até mesmo a Copa Libertadores da América, adicionando tensão à partida entre Grêmio e Estudiantes, em La Plata, em 8 de julho de 1983.





