
Na semana passada, a coluna publicou que o governo federal contratou dois navios de cruzeiro para servirem como unidades de hospedagem temporária durante a COP30, em Belém (PA).
É uma estratégia para ampliar a oferta de hospedagem, que vem preocupando delegações, diplomatas, ambientalistas e jornalistas que irão cobrir o evento, em novembro.
No domingo (27), The New York Times publicou que donos de motéis da capital paraense estão ofertando suítes e quartos para hóspedes que irão para a COP: "Barra de pole dance e paredes com estampa de oncinha: motéis do amor aprontam quartos para a cúpula do clima", diz o título da reportagem, em tradução livre.
E aqui é tradução livre literalmente, porque "motel" nos EUA não tem serve como um local íntimo para encontros sexuais. Lá é apenas um quarto de um hotel "normal" de beira de estrada.
Isso é um dos motivos que despertaram curiosidade dos jornalistas do Times a ponto de fazerem uma grande reportagem, assinada por Ana Ionova e María Magdalena Arréllaga.
O jornal destaca que a acomodação nos motéis é vista pela organização da conferência como parte da solução para a falta de leitos na cidade. As barras de polidance, o papel parede e até cadeiras eróticas podem se retiradas, se os hóspedes assim o desejarem.
Alguns proprietários já se anteciparam e estão redecorando as suítes com visuais mais neutros. Outros mudaram até o nome de "motel" para "pousada".
Não é uma prática incomum por aqui. Motéis brasileiros já serviram como hospedagem durante a Copa de 2014. No Rio Grande do Sul, durante a enchente, alguns estabelecimentos chegaram a abrigar famílias desalojadas.
Mesmo adaptados, os motéis de Belém estão com os preços bem salgados: subiram de cerca de US$ 150 (R$ 835) por noite para até US$ 650 (R$ 3.618). Um hotel convencional, bastante simples, de uma rede conhecida, está cobrando em média R$ 7 mil a diária.




