
Pode até haver um cessar-fogo daqui alguns dias entre Israel e Irã, mas não uma paz duradoura. Os dois lados têm antagonismos viscerais, que impossibilitam observarmos qualquer luz no fim do túnel.
O Irã defende a eliminação de Israel - logo, se os aiatolás armados com bomba atômica serão uma ameaça não só à segurança regional, mas à existência do Estado israelense.
Ao mesmo tempo, eles veem no arsenal nuclear a única forma de dissuasão, a fim de evitar justamente o que está ocorrendo - o passeio dos caças israelenses nos céus iranianos.
Pelo olhar de Israel, o Irã é uma ameaça existencial. Assim, a guerra só acabaria com a total eliminação do programa nuclear iraniano, o que apenas vai ocorrer se os EUA se envolverem no conflito, "emprestando" a superbomba anti-bunker, MOP, capaz de penetrar nas profundezas de Fordow, onde ficam os laboratórios.
Outra opção: mudança de regime - algo que, certamente, está sobre as mesas de Benjamin Netanyahu e Donald Trump. Mas essa estratégia remete à aventura americana no Afeganistão e no Iraque.
No primeiro caso, 20 anos depois do primeiro míssil cair sobre Cabul, os talibãs voltaram ao poder, e os EUA foram postos para correr. No segundo, houve uma guerra civil interna, um atoleiro americano, o nascimento de outro grupo terrorista, o Estados Islâmico, e entre 480 mil e 507 mil mortos.