
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Durante a tradicional homilia na Praça de São Pedro no Vaticano no domingo (8), o papa Leão XIV pregou aos fiéis que abram as fronteiras e rejeitem a "lógica da exclusão". A fala ocorreu exatamente no dia em que Robert Prevost completou um mês do papado.
Para o padre e teólogo Érico Hammes, professor emérito da PUCRS, o primeiro mês de Leão XIV ratifica pontos como a escolha do seu nome, do lema de unidade e da sua disposição em favor da paz. O religioso ainda acredita que a fala feita pelo Pontífice no domingo reforça o trabalho feito nesse período.
— O tema da paz e, ao mesmo tempo, da missão. A missão entendida não apenas no sentido de ir para fora do ambiente em que se vive, mas também de responsabilidade. Diria que ele cumpre duas dimensões da condição da Igreja: a interna, que implica estruturas, organização, diálogo, busca de unidade, e a dimensão para fora, isso é, para o mundo.
Hammes também destaca as falas do Papa na superação das guerras, além da preocupação com os aspectos ambientais, assunto que já era tratado pelo antecessor, Francisco. Outras ações remetem à escolha do nome Leão XIV:
— Ele inclusive menciona explicitamente o tema de redes sociais, internet, e claro que junto com isso vai a preocupação social, com migrantes, refugiados, e os problemas da economia mundial. Isso vai bem na sequência daquilo que é a tradição inaugurada, especialmente por Leão XIII, da organização da sociedade — explica Hammes.