
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Líderes dos sete países mais industrializados do mundo se reúnem nesta segunda-feira (16) e terça-feira (17) para a 51ª cúpula do G7 em Kananaskis, no Canadá. Embora o conflito entre Irã e Israel não estivesse originalmente na pauta principal, a crescente escalada de tensões tornou seu tratamento praticamente inevitável.
Segundo a imprensa americana, os líderes do G7 prepararam uma declaração conjunta pedindo a redução das tensões, mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não quer assinar o documento.
O rascunho da declaração afirma o direito de Israel à autodefesa e rejeita a possibilidade de o Irã obter armas nucleares. Esta é a primeira reunião formal do grupo desde o início do segundo mandato do presidente americano.
— Acho que vai ser um clima um pouco tenso, porque todos os governantes do que participam do G7 hoje são contrários a Trump, e (já vimos que) Trump já tem dado sinais de que está nada moderado — lembra Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM-SP.
Para o especialista, o G20 teria mais legitimidade que o G7 para discutir o conflito:
— Os países podem tentar se oferecer como mediadores para um cessar-fogo ou negociações. Mas dificilmente haverá uma declaração condenando Israel, ou mesmo um texto mais enfático contra o Irã. Talvez surja uma condenação específica aos ataques iranianos, mas provavelmente em termos bastante equilibrados — avaliou.
Além de Trump, participam da cúpula:
- o presidente francês, Emmanuel Macron;
- o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, como anfitrião;
- o britânico, Keir Starmer;
- a italiana, Giorgia Meloni;
- o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa;
- o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba;
- o chanceler alemão, Friedrich Merz;
- e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Originalmente, o foco da reunião seria a defesa das instituições multilaterais pelo Canadá, questões energéticas e climáticas. Também eram esperadas propostas de Trump aos demais líderes — questões que agora dividem atenção com a crise no Oriente Médio.