
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Desde as primeiras notícias sobre a intenção do filho "02" do ex-presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (PL), de concorrer ao Senado por Santa Catarina, a possibilidade do pleito tem gerado opiniões divergentes entre os catarinenses.
Nesta semana, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) divulgou uma nota contrária à ideia. Segundo o documento (leia na íntegra no fim da reportagem), a representação do Estado em Brasília deve ter bases com "conexão com os catarinenses — e não por imposições externas".
Em outro trecho, a entidade afirmou: "Precisamos de representantes com raízes no estado". Também destacou: "Um estado que nunca se curvou a projetos alheios à sua realidade".
Carlos Bolsonaro é vereador há 24 anos no Rio de Janeiro, e esta seria a primeira vez que deixaria o berço carioca para concorrer a um cargo público em outro Estado. Entretanto, não é a primeira vez que um filho do ex-presidente tenta ingressar na política catarinense. Nas eleições de 2024, Jair Renan Bolsonaro (PL) — o filho 04 — foi eleito vereador em Balneário Camboriú.
Santa Catarina terá uma disputa acirrada pelas duas vagas no Senado. Como noticiado por Rosane de Oliveira, uma pesquisa do Instituto Neokemp, divulgada recentemente — sem incluir o nome de Carlos Bolsonaro —, mostrou um empate técnico entre Caroline de Toni (PL), com 18,5%; o atual senador e ex-governador Esperidião Amin (PP), com 15,9%; e o ex-prefeito de Blumenau e atual presidente do Sebrae, Décio Lima (PT), com 15,4%.
Além disso, na segunda-feira (16), a Polícia Federal indiciou Carlos Bolsonaro no caso da "Abin Paralela".
Confira a nota completa:
Santa Catarina tem lideranças políticas preparadas e legítimas para representá-la no Congresso Nacional. A indústria catarinense defende que a voz do estado em Brasília deve ser constituída com base no mérito, no diálogo com a sociedade e na profunda conexão com os catarinenses — e não por imposições externas.
Temos um dos maiores parques industriais do Brasil, somos protagonistas nas exportações, na inovação e na geração de empregos e, graças a isso, referência nacional em qualidade de vida e segurança. Para seguir avançando e enfrentar uma série de desafios, entre os quais os de infraestrutura, precisamos de representantes com raízes no Estado.
Nossos congressistas devem estar ligados ao setor produtivo e à população catarinense, para defender com legitimidade e conhecimento de causa os nossos interesses. A FIESC valoriza a autonomia política do estado, as lideranças locais e o respeito à trajetória de um estado que nunca se curvou a projetos alheios à sua realidade.