
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
A reunião entre autoridades diplomáticas do Reino Unido, Alemanha e França com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, em Genebra (Suíça) na sexta-feira (20), não resultou em grandes avanços. No entanto, os líderes europeus defenderam a continuidade das discussões e expressaram preocupação com a escalada do conflito na região. Os representantes iranianos, por sua vez, reafirmaram a posição de que a defesa do país não é negociável.
— Fomos claros: o Irã não pode ter uma arma nuclear. É extremamente importante que não vejamos uma escalada regional deste conflito — declarou o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy.
O líder avaliou que as discussões foram construtivas e devem continuar nos próximos dias. Ele também afirmou ter "instado" os iranianos a "retomarem as discussões" com os Estados Unidos, referindo-se às negociações sobre o programa nuclear iraniano.

Araghchi afirmou que o Irã está "pronto para considerar a diplomacia mais uma vez assim que a agressão for interrompida" e que "o agressor for responsabilizado pelos crimes hediondos cometidos". O chanceler iraniano foi enfático:
— Deixo bem claro que as capacidades de defesa do Irã não são negociáveis.
O encontro contou ainda com a participação do ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, do ministro da Europa e Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, e da alta representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança, Kaja Kallas.
A reunião ocorreu um dia após o presidente americano, Donald Trump, anunciar que decidirá sobre o envolvimento dos EUA no conflito nas próximas duas semanas.