
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Desde o início dos bombardeios entre Israel e Irã na semana passada, surgiu a possibilidade de os Estados Unidos se envolverem militarmente no conflito. Essa hipótese ganhou força quando autoridades israelenses afirmaram que apenas os americanos dispõem de um tipo específico de bomba capaz de destruir a instalação nuclear subterrânea de Fordow.
Nesta terça-feira (17), o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou à imprensa que "somente as bombas antibunker dos EUA teriam capacidade para atingir Fordow com eficácia".
Fordow é uma instalação nuclear iraniana que abriga centrífugas avançadas para enriquecimento de urânio em altos níveis e está enterrada nas montanhas próximas a Qom, ao norte do Irã, a cerca de 160 quilômetros ao sul de Teerã. Revelada ao público em 2009, a instalação é protegida por um extenso aparato de segurança e estima-se que esteja a entre 80 e 90 metros de profundidade.

A arma mencionada pelos israelenses que poderia ser utilizada é a GBU-57, mais conhecida como Massive Ordnance Penetrator (MOP). Essa bomba antibunker pesa impressionantes 13,6 toneladas e foi desenvolvida especificamente para atingir alvos subterrâneos profundos. Sua característica mais notável é a capacidade de penetrar até 60 metros do solo antes de detonar. No entanto, sua utilização é limitada pelo fato de que só pode ser transportada pelos bombardeiros Stealth B-2 Spirit, tecnologia que Israel não possui.

Apesar da capacidade técnica demonstrada por essa arma, especialistas questionam a viabilidade estratégica de um ataque a Fordow, considerando os riscos de uma escalada ainda maior já tenso conflito do Oriente Médio. Qualquer operação contra Fordow em uma decisão de altíssimo risco, tanto para os Estados Unidos quanto para Israel.