
Cerca de 14% dos acidentes aéreos ocorrem durante a fase da decolagem, segundo dados do Relatório de Estatísticas de Acidentes da Boeing (1959-2022). Apesar de a decolagem representar uma fase crítica, os acidentes mais frequentes ocorrem nos momentos de aproximação e pouso, que somam mais da metade dos casos - 27% e 25%, respectivamente, ainda segundo o documento da fabricante.
A tragédia com o Boeing 787-8 Dreamliner, da Air India, nesta quinta-feira (12), que fazia a rota Ahmedabad-Londres, lembra outras duas tragédias aéreas, que também ocorreram durante a decolagem.
Uma delas foi em Buenos Aires, quando o Boeing 737-204C da Líneas Aéreas Privadas Argentinas (Lapa) não conseguiu ganhar altitude, logo após decolar do Aeroparque Jorge Newberry, em 31 de agosto de 1999. A aeronave caiu pouco além da pista, em uma área movimentada da capital argentina. Morreram os 63 ocupantes do avião e duas pessoas em solo.

As investigações apontaram que houve falha do comandante - os flaps estavam em posição irregular na hora da decolagem.
Outro caso emblemático foi a tragédia com o Concorde da Air France, que havia decolado do Aeroporto Charles de Gaulle, arredores de Paris, em 25 de julho de 2000. O avião, que seguiria para Nova York, não conseguiu ganhar altitude e caiu segundos depois de deixar o solo. Morreram 113 pessoas - tripulação, passageiros e quatro vítimas em solo.

O projeto supersônico Concorde, que fazia a rota Londres - Nova York em três horas e 30 minutos -, por exemplo (os voos subsônicos levam, hoje, entre 6h30min e 8h), foi abandonado em 2003. A causa do acidente com a aeronave da Air France foi uma falha nos motores e perda de controle devido a um incêndio na estrutura.