
Após a terceira rodada de votações, os cardeais não chegaram aos dois terços mínimos para eleger o sucessor do papa Francisco. No primeiro escrutínio, na tarde de quarta-feira (7), o resultado demorou a sair, mais do que o planejado pelo próprio Vaticano. Duas horas depois, indicando um processo mais vagaroso do que o esperado - por várias razões. A primeira, o atraso na procissão entre a Capela Paulina e a Capela Sistina, sob a ladainha de todos os santos. Internamente, o juramento dos 133 cardeais foi além do tempo também porque o número de "purpurados" é maior do que o habitual (120, segundo a regra). Depois, o "Extra omnes" (todos fora) já estava atrasado. E, quando as portas foram fechadas, houve uma fala do cardeal Raniero Cantalamessa, que, tudo indica, foi além do programado.
A segunda hipótese está ligada à presença de grande número de cardeais, sendo mais de 80% deles nomeados por Francisco e, portanto, estreantes em conclaves. Com tantos eleitores inexperientes, o Vaticano pode ter subestimado o tempo necessário para todos cumprirem os ritos previstos na votação.
Na manhã desta quinta-feira (8), não houve fumaça às 10h15min (5h15min), mas ninguém arredou o pé da Praça de São Pedro porque poderia ter um novo atraso. Na verdade, o que se depreende da fumaça das 11h51min (6h51min), dessa vez antecipada (o previsto era 12h, 7h em Brasília), é que houve a terceira e quarta rodada de votação.
Agora, a Igreja se aproxima da média dos últimos dois conclaves. Bento XVI foi eleito na quarta rodada (essa que ocorre às 17h15min (12h15min em Brasília). E Francisco na quinta (19h aqui, 14h em Brasília). Vale destacar que todos os cardeais com os quais conversei preveem um conclave mais longo do que os últimos dois. A maioria estima três dias, como o de Karol Wojtyla, o polonês João Paulo II.