Esta sexta-feira, 19 de novembro de 2021, é histórica na política dos Estados Unidos. Pela primeira vez, uma mulher assumiu os poderes presidenciais da maior potência militar e econômica do planeta. Por algumas horas, a vice Kamala Harris foi a comandante-em-chefe da nação, enquanto o presidente Joe Biden ficou anestesiado para um exame de rotina, uma colonoscopia.
Kamala não trabalhou do Salão Oval, no entanto. Conforme a secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, a presidente em exercício exerceu as funções a partir de seu próprio gabinete, também na Ala Oeste.
Sempre que o presidente fica fora de ação, para exames que envolvem anestesia, por exemplo, o vice assume. O que torna essa ação inédita na história americana é o fato de Kamala ser mulher e negra.
Os Estados Unidos já tiveram um presidente negro, Barack Obama, por dois mandatos. Mas jamais uma mulher havia exercido o cargo presidencial. Desde que se tornou independente, em 1776, o país foi governado por 45 presidentes homens, permanecendo à margem do grupo de nações já comandadas por mulheres, como a Alemanha, o Reino Unido, a Argentina, a Índia, a Libéria e o Brasil.
O mais próximo que se havia chegado de se ter uma mulher no comando foi com Hillary Clinton, que perdeu para Donald Trump, na eleição de 2016. Antes, como secretária de Estado de Obama, Hillary poderia exercer a presidência em algum momento, mas, para isso, teria de haver a incapacidade ou morte do presidente e do vice. Isso não ocorreu.
Em março, uma pesquisa do instituto Gallup mostrou que mais de 90% dos americanos acreditam que o país pode ter sua primeira mulher presidente eleita dentro de 10 anos. A própria Kamala Harris é vista como favorita à indicação do Partido Democrata para a sucessão de Biden em 2024.
Biden reassumiu as funções de presidente no início da tarde desta sexta-feira (19).