Rodrigo Lopes
Em 2004, fui convidado a fazer uma especialização em Berlim, experiência que permitiu o convívio com colegas de diferentes nacionalidades, como nigerianos, salvadorenhos, equatorianos, vietnamitas, chineses, bengalis, entre outros. Lembro que, nos intervalos das aulas, volta e meia um companheiro relatava que, no retorno de um bar, na noite anterior, fora hostilizado por alguma gangue. Eram atos isolados, mas, recordo, que por medo, esses jornalistas, aos poucos, passaram a preferir os finais de semana perto de seus compatriotas, em redutos de imigrantes em bairros periféricos de Berlim. O Facebook não existia, o ICQ era a principal ferramenta de comunicação pela internet e, pra mim, aquele isolamento a que meus colegas se impunham era a exemplificação do que hoje chamamos bolha - naquele caso, bem mais real do que virtual.
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