
Era uma terça-feira, 16h. A diretora Ana preenchia a terceira planilha do dia. Enquanto isso, João saiu da escola sem que ninguém notasse. Não foi descuido, foi sobrecarga. A inteligência artificial poderia ter avisado, mas o sistema ainda prioriza planilhas a pessoas.
A qualidade de uma escola depende diretamente de sua gestão. E nenhum diretor ou diretora consegue cuidar de tanta gente quando não tem tempo nem para respirar. Estudos mostram que diretores perdem até 72 horas por mês com tarefas administrativas que poderiam ser automatizadas. Cada formulário preenchido sozinho é uma presença perdida na quadra, no recreio, na escuta de um aluno quase desistindo dos estudos.
Durante o Thomas EducaDay, onde encerrei com a palestra Diretores Ampliados, propus uma nova lente para a liderança escolar. Se a personalização da aprendizagem é um direito do aluno, por que não também da gestão escolar? Por que não oferecer a cada escola um planejamento singularizado, com estratégias alinhadas à sua realidade e aos desafios de seu território?
O "Diretor Ampliado" é aquele que usa a tecnologia como extensão do olhar, da escuta e da ação. Automatiza o que é repetitivo para ter mais tempo para o que só um humano pode fazer: construir confiança, reconhecer sutilezas, tomar decisões éticas.
Na prática, a inteligência artificial pode ampliar seis grandes competências da gestão escolar:
- Potencializar a capacidade estratégica gerando diagnósticos e planos de ação personalizados.
- Aumentar a eficiência operacional automatizando relatórios, atas e cronogramas.
- Aprimorar a decisão baseada em dados com painéis inteligentes sobre aprendizagem, evasão e clima escolar.
- Personalizar a comunicação adaptando mensagens ao idioma, ao perfil e ao histórico de cada família.
- Fortalecer a capacidade relacional com alertas preditivos e apoio à escuta ativa.
- Criar um planejamento singularizado com trilhas e estratégias ajustadas à realidade de cada escola.
A IA também apoia o fortalecimento da inteligência emocional e social dos gestores e os resultados aparecem na rotina: alunos sentem que a escola faz sentido, percebem a presença da direção, são notados quando somem e veem suas famílias mais engajadas.
Casos reais ao redor do mundo, e no Brasil, mostram que esse caminho não só é viável, como traz resultados concretos: em Denver, a automação de relatórios liberou 72 horas mensais para os diretores; em Salvador, o cruzamento de dados sobre faltas e trajetos de ônibus reduziu a evasão em 41%; em Santa Fé, o uso de tradutores multilíngues com IA aumentou em 200% o engajamento de famílias indígenas. No Paraná, o projeto Diretor Formador já utiliza IA para criar trilhas de desenvolvimento alinhadas aos sonhos e desafios de cada território.
Mas é preciso cuidado. Nenhuma lente digital enxerga o que só a nuance de um silêncio revela. Como dizemos no livro: “Mesmo que as máquinas calculem com exatidão, só o olhar humano reconhece a lágrima, o silêncio e o brilho nos olhos.”
Ser um diretor ou diretora ampliado(a) é lembrar, com a ajuda da tecnologia, do que nunca deveríamos esquecer: toda escola é feita de gente. E gente precisa de tempo, escuta e cuidado.
Se sua escola também quer transformar burocracia em presença, automatismo em sentido e dados em vínculos, o Kit Diretor Ampliado pode ser um primeiro passo. Baixe gratuitamente clicando aqui e comece a transformar sua gestão.
Porque a sua digital como líder escolar não pode estar em planilhas. Precisa estar na história de vida de cada pessoa que passa pela sua escola.