
A Apple voltou aos holofotes nesta terça-feira (9), com a apresentação da linha iPhone 17, do iPhone Air, dos AirPods Pro 3 e dos novos Apple Watch Series 11 e Ultra 3. Os anúncios seguiram a cartilha habitual: design impecável, câmeras cada vez melhores, melhorias incrementais em bateria, tela e resistência. Mas a grande pergunta é: ainda estamos vendo inovação de verdade ou apenas um refinamento sem surpresa?
O iPhone Air, com apenas 5,6 mm de espessura, foi vendido como “o mais fino da história”. Bonito no palco, mas será que isso significa mais fragilidade e menos autonomia? O iPhone 17 Pro, com câmara de vapor para resfriamento, mostra um avanço técnico interessante, mas nada que realmente mude a forma como usamos o aparelho no dia a dia.
Nos AirPods Pro 3, a Apple aposta em saúde e conveniência. O cancelamento de ruído ganhou o selo de “melhor do mundo”, há sensor de frequência cardíaca e até tradução em tempo real. É impressionante, mas o preço de US$ 249 reforça a sensação de que esses gadgets já são feitos para poucos.
Já os Apple Watch avançam mais uma vez no campo da saúde, agora com notificações de hipertensão e novos alertas de sono. O Ultra 3 chega com autonomia de até 72 horas e recursos para aventuras extremas. Ótimo para quem escala montanhas — menos relevante para quem passa a maior parte do tempo no escritório.
O que chama atenção, na verdade, é o que não apareceu: nenhum grande salto em inteligência artificial. Enquanto Google, Samsung e até startups asiáticas avançam em recursos de IA generativa embarcada nos dispositivos, a Apple ainda parece evitar esse território, talvez por cautela, talvez por estratégia. Mas o efeito é claro: o mercado esperava mais. Tanto que as ações da empresa chegaram a cair durante o evento.
A Apple segue brilhando em design, saúde e experiência premium. Mas se antes a empresa ditava o futuro da tecnologia, hoje transmite a sensação de estar apenas refinando um presente muito bem embalado.





