
Poucos temas têm exigido tanta urgência — e ao mesmo tempo tanta inteligência — quanto o da resistência climática. E se antes essa conversa parecia restrita a conferências ambientais e relatórios técnicos, agora ela está no centro dos debates sobre inovação, negócios e sociedade.
Durante três dias, mais de 27 mil pessoas circularam pelos armazéns do Cais Mauá, em Porto Alegre, na edição 2025 do South Summit Brazil. O que mais chamou atenção não foi apenas o volume — mas a densidade das conversas. Inteligência artificial, impacto social e crise climática se cruzaram em quase todos os palcos, com falas que deixaram pouco espaço para a neutralidade.
Paula Bellizia (AWS), foi direta ao afirmar que “A IA não é novidade, mas o que estamos fazendo com ela agora é profundamente disruptivo”. Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza), reforçou: “A IA não vai tirar o seu lugar. Mas vai tirar quem não quiser aprender a usá-la.” Em meio às provocações, um ponto comum emergiu: inovação, sozinha, não resolve. Ela precisa de direção, propósito e gente disposta a usá-la com responsabilidade.
Essa ideia ganhou ainda mais força nos debates sobre o clima. Um ano após a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, o assunto apareceu não como pauta verde, mas como urgência coletiva. “Não podemos fingir que as enchentes não aconteceram e cair na positividade tóxica da inovação”, alertou Mariana Gutheil (No One).
Ao redor desse eixo, startups e grandes empresas começaram a mostrar como inovação e impacto social podem — e precisam — andar juntos. Foram mais de 1.500 startups de 40 países, apresentando soluções que vão de inteligência de dados à regeneração ambiental. “É preciso mais do que desenvolver tecnologia — é essencial garantir que ela chegue às mãos certas, nos lugares certos”, disse Monique Evelle (Inventivos).
O amadurecimento do ecossistema ficou evidente. Se antes o discurso girava em torno de escalar rápido, agora há mais espaço para escutar, conectar e sustentar. Liz Fleming (South Summit) resumiu bem: “Se você constrói o relacionamento, o negócio acontece.” E com uma expectativa de R$ 500 milhões em investimentos gerados, os números ajudam a traduzir o impacto prático dessas conexões.
Na próxima semana, Porto Alegre será palco de mais um momento importante nesse debate. No dia 7 de maio, acontece o Download South Summit, no Instituto Caldeira (Tv. São José, 455 – Navegantes) — um evento promovido pela TOTVS, que vai reunir os principais aprendizados do South Summit Brazil em uma manhã de reflexões estratégicas. Reunindo nomes como:
- Frederico Renner Mentz, sócio-fundador do Tijolo Hub e fundador do Instituto Caldeira.
- Simone Gasperin, sócia e head de Marketing & Growth da BPool.
- Ramon Martins da Silva, head de inteligência artificial da TOTVS.
- Rafael Martins, co-fundador e CEO do Share.
O evento é gratuito e voltado a quem busca antecipar movimentos, entender tendências e se preparar para o que vem por aí. As inscrições estão abertas pelo site: eventos.totvs.com/event/download-south-summit-brasil
Inovar não é apenas implementar tecnologias ou seguir tendências. Inovar, nesse contexto, é assumir responsabilidade. É reconhecer que os desafios que enfrentamos hoje não serão resolvidos com discursos prontos ou soluções genéricas. Eles exigem proximidade com o problema, escuta ativa e disposição para testar caminhos novos.
A resistência climática, assim como a transformação social, passa menos por ferramentas e mais por prioridades. O que se viu no South Summit — e o que se aprofunda agora no Download — é uma tentativa real de reposicionar a inovação: menos como palco, mais como prática.
Nesse novo cenário, quem avança não é quem tem mais orçamento, mais tecnologia ou mais conexões. Avança quem entende que o futuro não é um destino garantido e sim uma construção coletiva.