
ATUALIZAÇÃO: por volta das 11h, o presidente da CPI, senador Carlos Viana, informou que a reunião foi cancelada. Segundo ele, o motivo é o "Careca do INSS" ter comunicado que não compareceria à comissão.
Ao ingressar na quarta semana de atividade, a CPI do INSS pode ter nesta segunda-feira (15) o depoimento mais revelador da comissão. Está prevista a partir de 16h a participação de Antonio Carlos Camilo Antunes. Conhecido como "Careca do INSS", o empresário é considerado um dos principais operadores da fraude bilionária envolvendo descontos indevidos de aposentados e pensionistas.
Preso de forma preventiva desde a última sexta-feira, Antunes foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a permanecer em silêncio durante a reunião da CPI, tendo em vista sua condição de investigado. Mas os advogados dele garantiram a membros do Congresso que a intenção é responder a todos os questionamentos.
Deputados e senadores veem na disposição de Antunes em falar na CPI uma possibilidade de revelação sobre os agentes públicos que eventualmente estejam envolvidos na fraude. Os parlamentares estão convictos de que seria impossível manter um esquema tão amplo por vários anos sem a anuência de autoridades.
Presidente da CPI, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) planeja propor ao STF acordos de delação premiada a investigados que estejam dispostos a revelar detalhes da fraude. A comissão não tem poder para fechar este tipo de acordo.
Na última semana, a CPI aprovou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Antunes, de outros investigados e de entidades suspeitas de envolvimento nos descontos fraudulentos. Os primeiros dados já foram acessados pelos parlamentares e poderão ser utilizados a partir desta semana para embasar os depoimentos.
Investigada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), a fraude pode ter causado prejuízo de até R$ 6,3 bilhões. O governo está devolvendo os valores às vítimas com recursos públicos (créditos extraordinários), e busca reaver o prejuízo com pedidos de bloqueios de bens e outras providências contra os investigados.




