
A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) levou à bancada federal gaúcha, na noite desta terça-feira (10), a agenda prioritária do setor no Congresso Nacional, junto a um pedido de união dos parlamentares federais em torno de temas que possam alavancar o crescimento do Estado.
Diante dos prejuízos causados pela enchente e do impacto estrutural de uma sequência de perdas pela estiagem na agropecuária, a entidade defendeu a urgência na aprovação do Fundo Constitucional do Sul, que equipararia a região a condições já oferecidas a outras unidades da federação.
A discussão ocorre no âmbito da PEC 27, apresentada em 2023. Até agora, a proposta avançou pouco. Em documento entregue aos parlamentares, a Fiergs argumentou que, ao longo dos anos, formou-se uma imensa defasagem nos índices de crescimento econômico, em Estados em melhor posição nos rankings de produção e desenvolvimento.
— É difícil, mas não impossível (aprovar a medida). Ela é essencial para impulsionar o desenvolvimento do Brasil de forma equilibrada e ajuda na correção de uma injusta história com o nosso Estado, que sofre com desigualdade de incentivos — discursou o presidente da Fiergs, Claudio Bier.
Em 2024, citou o dirigente, o Rio Grande do Sul arrecadou R$ 80 bilhões de impostos e contribuições federais, recebendo de volta apenas R$ 21 bilhões. Bier defendeu que a bancada gaúcha observe o exemplo de parlamentares da região Nordeste, que nos últimos anos conquistaram vantagens a partir de uma atuação em bloco, deixando divergências ideológicas em segundo plano.
— Temos que unir a iniciativa privada com os parlamentares e lutar pelo nosso Estado. Nossos irmãos nordestinos fazem isso com maestria e levam benefícios que nós, do Sul, não temos levado — complementou.
Diante de uma presença massiva dos deputados e senadores do Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite reforçou a necessidade de se enfrentar no Brasil o "cacoete de Estado unitário", em que o olhar é feito do poder central para as partes, e não ao contrário.
Leite defendeu ainda que os parlamentares discutam a aplicação de emendas parlamentares em projetos estruturantes, alinhados a interesses comuns do Estado e que deixem diferenças individuais de lado.
Coordenador da bancada, o deputado Marcelo Moraes (PL-RS) reconheceu o evento como um avanço na articulação com o setor privado. Reiterou que a enchente deixa desafios maiores do que a pandemia para o Rio Grande do Sul, que ainda demandarão atuação intensa na capital federal.