
O governo Lula marcou uma cerimônia para anunciar, na quarta-feira (25), o aumento da mistura obrigatória de biodiesel, que saltará de 14% para 15%, e de etanol anidro à gasolina, dos atuais 27% para 30%. No mesmo dia, uma sessão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) analisará as mudanças. A coluna apurou que já há encaminhamento para a aprovação.
O aumento do uso de biocombustíveis faz parte da estratégia do governo de reduzir a dependência do Brasil de combustíveis fósseis importados, além de sinalizar compromisso ambiental neste ano em que o país vai sediar a COP30, principal conferência internacional sobre Meio Ambiente. A medida vem na esteira da previsão de safra agrícola recorde em 2025.
No caso do diesel, o aumento da mistura já era esperado para fevereiro, mas foi adiado em razão da alta do preço do óleo de soja e do temor do governo de que naquele momento a medida impactaria também no preço do combustível. O setor produtivo nega qualquer influência no preço final aos consumidores.
— A adoção do B15 é uma grande vitória que deve reduzir as importações de diesel, estimular o esmagamento da soja, resultando em maior produção de farelo, insumo essencial para a indústria de proteínas animais. Ou seja, bom para o meio ambiente, para industrialização, exportação de carnes e, consequentemente, comida mais barata — comemorou o presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, deputado Alceu Moreira (MDB-RS).
No caso da adição de etanol anidro à gasolina, o governo espera uma redução de até R$ 0,13 por litro nos postos.
A transição, segundo o Ministério da Minas e Energia, evitará a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano, impulsionando a produção nacional de biocombustíveis. Isso representará um aumento de 1,5 bilhão de litros na demanda por etanol e um investimento estimado em R$ 9 bilhões no setor.
As medidas têm impacto direto no Rio Grande do Sul, que é o maior produtor de biodiesel do país e vem se destacando também na produção de etanol, com novos empreendimentos já previstos.