
A postura inicial do governo Lula sobre o foco de crise aviária no Rio Grande do Sul gerou críticas entre produtores e autoridades do setor. As primeiras manifestações do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foram consideradas fora de tom e chamadas por alguns empresários de "exagero".
Ao longo da sexta-feira (16), o ministério mudou a estratégia de comunicação e passou a defender com ênfase que os acordos sanitários internacionais reconheçam o princípio de regionalização, preconizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em que só há restrições para a compra de propriedades no entorno da área infectada.
Antes, com base em entrevistas de Fávaro e sem os dados precisos do governo, veículos de imprensa chegaram a divulgar que o governo suspenderia todas as exportações do Rio Grande do Sul. Os alertas ao Planalto de que a postura poderia provocar pânico desnecessário foram ouvidos. Uma espécie de força-tarefa foi montada para análise dos protocolos assinados com todos os países importadores, abrindo canais de negociação.
Países como o Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas já aprovaram o protocolo de regionalização, segundo o ministério. Nos casos da China, União Europeia e outros países que preveem a suspensão de compras de todo o país, o governo levará subsídios para tentar convencê-los de que é possível manter os negócios com outras regiões.
“Tendo em vista que o Brasil é o maior produtor e exportador de carne de aves do mundo, que possui dimensões continentais com mais de 8 milhões de quilômetros quadrados, com longas distâncias e deslocamentos, reiteramos a importância de se reconhecer a regionalização para o caso”, disse o ministério.
O governo também esclareceu ainda que não há restrição generalizada da exportação de produtos de aves do Rio Grande do Sul.