Martha Medeiros
Zabivaka, você sabe, não é nenhum centroavante russo. É o mascote desta Copa, um lobo siberiano que substituiu o Fuleco, aquele tatu-bola meio pé-frio que foi o mascote da Copa de 2014. Mascotes, hoje, não passam disso: bonecos que dão graça e ajudam a divulgar competições esportivas. Antigamente, a palavra mascote designava bichinhos de estimação de verdade, geralmente cachorros e gatos que dormiam no pátio. Lembro que, quando eu estava no colégio, havia o famoso questionário, um caderno com perguntas pessoais: cor preferida, de quem você gosta, quantos irmãos, qual o seu mascote. Quando chegava nessa questão, eu engasgava: moradora de apartamento, era a única criança do colégio, e possivelmente do universo, que não tinha mascote. Na tenra infância, meus pais fizeram duas tentativas malsucedidas: autorizaram a presença de um pintinho amarelo que alguém distribuía de graça na rua (e que depois de meia hora foi devolvido com um muito obrigada, adeus), e certa vez meu irmão apareceu em casa com uma tartaruguinha que morreu no dia seguinte, provavelmente por maus-tratos. Veredito: não éramos uma família compatível com o mundo animal e ninguém mais falou no assunto.
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