
Há boas e más notícias para o Brasil na edição 2025 do ranking de Competitividade Digital. A boa é que o país subiu quatro posições; a ruim é que, mesmo assim, ocupa um embaraçoso 53º lugar entre 69 países analisados. A avaliação é feita pela IMD World Competitiveness Center (WCC), com parceria da Fundação Dom Cabral. O último colocado (69º) é a Venezuela.
O Brasil teve melhora nos três principais fatores avaliados: em tecnologia, subiu dois degraus, para a 58ª posição, em conhecimento, ficou na 56ª lugar, e, em prontidão para o futuro, avançou três posições e alcançou a 50ª. Na avaliação dos autores, o resultado indica recuperação gradual da competitividade digital brasileira.
Na avaliação por segmentos, o país tem a melhor posição (9ª) em "produtividade de publicações por pesquisas", mas também surpreende com um 16º lugar em investimentos privados em inteligência artificial e um 17º em número de robôs em educação e P&D (pesquisa e desenvolvimento). Mais preocupante é a área em que o país tem a pior colocação, a 68ª, ou seja, penúltima: talentos. É quase uma afronta a autoestima nacional, mas é melhor pensar sobre o tema. Conforme os autores, embora se gaste bastante com educação, isso não é traduzido em qualidade educacional. Observam que o desafio está na adoção de boas metodologias educacionais e em um plano pedagógico alinhado aos desafios tecnógicos.
Estão entre os pontos de atenção, ainda, prática de transferência de conhecimento (65º), disponibilidade de capital de risco, experiência internacional e gestão das cidades, todos na 64ª posição. No primeiro, a FDC observa que Suíça e Canadá, no topo do ranking, criaram ecossistemas colaborativos que aproximaram ciência, indústria e governo, mas o Brasil ainda não tem políticas estruturadas que consolidem essa ponte.
O que é competividade digital
É a capacidade de adoção e exploração de tecnologias digitais que levam à transformação de práticas governamentais, modelos de negócios e na sociedade. O ranking combina dados objetivos de instituições como Banco Mundial e OCDE e pesquisa de opinião com executivos e especialistas. O objetivo é orientar políticas públicas e decisões estratégicas.


