
A coluna relatou a perda de 6,2 mil empregos industriais no Estado entre agosto e setembro, os dois primeiros meses do tarifaço dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Conforme dados do boletim conjuntural do Departamento de Economia e Estatística (DEE), mesmo assim o setor teve crescimento entre julho (1,7%) e agosto (2,9%), em comparação com os meses anteriores. Em julho deste ano, o tarifaço ainda não estava em vigor.
As informações estão na edição de outubro de 2025 do levantamento do órgão vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Estado, o mesmo responsável pelo cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho. O boletim conjuntural é uma espécie de termômetro da situação da economia gaúcha entre os trimestres.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a indústria de transformação acumula queda de 1,8% entre junho e agosto. Os principais desempenhos negativos são de veículos automotores, derivados de petróleo e produtos químicos. Embora a indústria gaúcha seja mais dependente de exportações para os Estados Unidos do que a média nacional, o grau de exposição também é menor: 12% no país como um todo, 9% no Estado.
Conforme o boletim, as vendas no comércio tiveram duas altas consecutivas na comparação com os meses anteriores, 0,9% em julho e 2% em agosto, interrompendo sequência de baixas. Na comparação com igual período de 2024, as vendas caíram 4,2%, com maiores retrações em veículos, material de construção e móveis e eletrodomésticos. O setor de serviços teve altas em julho (0,2%) e em agosto (1,2%).
Conforme o levantamento que apontou a queda nos empregos da indústria, além do tarifaço o setor começa a enfrentar também os efeitos do juro alto.




