
O dólar fechou em alta de 0,77%, para R$ 5,399 nesta terça-feira (4), em meio a alertas de executivos de Wall Street sobre a provável queda nas ações de empresas americanas, especialmente as da área de inteligência artificial (IA). A discussão aberta sobre o tema que já foi alvo de várias outras advertências derrubou bolsas pelo mundo, inclusive em Nova York, e interrompeu a série de seis recordes nominais sucessivos no Brasil. A bolsa de tecnologia, a Nasdaq, perde quase 2% com vendas maciças de ações de empresas do setor.
A reação forte decorre da percepção de que, quando o assunto é debatido em público por profissionais do mercado financeiro, pode ser maior ou estar mais perto do que se imaginava. No Brasil, o Ibovespa ficou quase parada, mas uma oscilação positiva minúscula (0,1%) garantiu o sétimo recorde seguido.
O risco de perdas no mercado de capitais foi debatido em um encontro em Hong Kong, com participação de alguns dos mais representativos executivos de Wall Street, símbolo do mercado financeiro americano. Ken Griffin, CEO da Citadel, lembrou que há maior irracionalidade nos extremos do mercado, os de intensa alta e os de forte queda, afirmando que o atual é "de alta bem avançada". Para esses profissionais, seria uma correção saudável, não um estouro de bolha.
— Significa apenas que as coisas sobem e depois recuam para que as pessoas possam reavaliar — disse David Solomon, CEO do Goldman Sachs.
Como a coluna já havia relatado, alertas sobre o risco de estouro da bolha da IA – não uma simples correção – já foram feitos por Banco da Inglaterra, Fundo Monetário Internacional (FMI) e até Jeff Bezos, fundador da Amazon.
Os temores de estouro de bolha ou "correção saudável" ocorrem no momento em que ao menos três empresas – Nvidia, Microsoft e Apple – alcançaram valor de mercado (valor das ações multiplicado pela quantidade) acima de US$ 4 trilhões, cifra comparável apenas a PIBs de países. Só estão acima desse patamar as duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China.






