
Se havia dúvida que o telefonema entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o dos Estados Unidos, Donald Trump, havia rendido uma ótima notícia para a economia nacional, o ocupante da Casa Branca acabou de eliminar. Em um post publicado na sua rede social, Trump usou sua habitual linguagem hiperbólica para mostrar entusiasmo com o resultado.
"Nossos países ficarão muito bem juntos" foi a conclusão do presidente americano. Mas tão ou mais importante é o recado que parece ter passado a seu próprio governo ao fazer a seguinte observação (veja publicação original abaixo):
— Discutimos muitas coisas, mas foi principalmente focada em economia e comércio entre os nossos dois países.
É legítima a leitura de que esses dois aspectos – e não política ou assuntos internos – vão definir os desdobramentos da conversa a partir de hoje.
Depois da postagem de Trump, a nota do governo brasileiro parece até muito cautelosa. Sobre um futuro encontro presencial, por exemplo, o americano também é mais enfático: Estaremos juntos em um futuro não muito distante", no Brasil e nos EUA. Isso parece excluir a hipótese de encontro no final do mês na Malásia, mas há muito que preparar antes de alcançar algum resultado.
Por fim, outra expressão usada por Trump – considerando seu próprio perfil – é muito promissora: "Eu gostei do telefonema", afirmou. Como o próprio mesmo fez questão de confirmar, ele gosta de negociar com líderes com os quais simpatiza. Apesar de todos esses acenos, a cautela do governo brasileiro se justifica: tudo isso é apenas para abrir uma negociação. O que será exigido em troca da redução da alíquota de 40% ou de mais exceções vai custar. Só não se sabe quanto.






