
A expectativa do fim do conflito entre Hamas e Israel fez o petróleo cair nesta quinta-feira, mas com cautela. A cotação que é referência global, a do barril tipo brent, teve queda de 1,6%, para US$ 65,22. É um valor muito distante das máximas – perto de US$ 80 – a que chegou a matéria-prima ao longo dos últimos dois anos.
A reação foi cautelosa porque, até o fechamento das negociações, a paz ainda era uma possibilidade. Não havia notícias de entrega de reféns nem confirmação de cessar-fogo por parte de Israel. O mercado dá sinais de entender que "talvez" o acordo se concretize. Caso tudo saia conforme previsto, é possível que a cotação recue ainda mais.
Se o acordo cria expectativa positiva lá fora, no Brasil o humor é condicionado pela situação fiscal. Depois que "caducou" a medida provisória que substituiria parte do aumento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo precisa encontrar soluções para um rombo estimado em R$ 45 bilhões em dois anos. O dólar, que mal havia se mexido na véspera, avançou 0,58%, para R$ 5,375, enquanto a bolsa variou 0,26% para baixo.
Até o fechamento do mercado no Brasil, não havia sinalização clara sobre as iniciativas que o governo escolherá para tapar esse buraco. As especulações vão de limitação para a compensação de tributos por parte de empresas, a corte superior a 10% nos chamados gastos tributários – uma redução nesse patamar integrava a MP –, passando por congelamento de emendas parlamentares.
A expectativa é a de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncie medidas até a próxima segunda-feira (13). O PT, partido do presidente da República, apresentou proposta para duplicar a tributação das bets, de 12% para 24%. O problema é que, antes da recusa da Câmara de apreciar a MP, a proposta de elevar de 12% para 18% já havia sido retirada por falta de apoio.



