
Depois de operar perto das mínimas deste ano por semanas, o dólar saltou 2,38% nesta sexta-feira (10), para R$ 5,503. A bolsa caiu 0,6% e perdeu outro patamar, ficando em 140,8 mil pontos. Um comportamento tão diferente do que vinha ocorrendo no mercado não teve uma só causa, mas ao menos três.
Uma é o novo estresse fiscal do Brasil, com necessidade de tapar o buraco da medida provisória que a Câmara dos Deputados deixou caducar nesta semana. A percepção de piora se acentuou com o lançamento do programa habitacional do governo federal, que depende de liberação de empréstimos compulsórios.
No Brasil, ainda pesou a intensa saída de investidores externos. Segundo o jornal Valor Econômico, há confirmação de venda maciça de títulos da dívida da Raízen, empresa que resultou de associação entre o grupo brasileiro Cosan e a petroleira anglo-holandesa Shell. A causa seria risco de perda de grau de investimento da empresa. A dívida da Raízen é de R$ 49,5 bilhões, o que corresponde a 4,5 vezes sua geração anual de caixa.
O terceiro eixo da ressaca cambial foi nova ameaça feita por Donald Trump à China. O presidente dos Estados Unidos não gostou da carta enviada pelos chineses informando controles à exportação de terras raras. Disse que pode haver "aumento substancial" das tarifas ao país asiático.




