
Uma equipe de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) está na Europa em busca de garantir para o Estado o quarto laboratório no mundo apto a medir qualidade de hidrogênio.
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), com sede no Tecnopuc, em Porto Alegre, monta um laboratório de hidrogênio, com cerca de R$ 20 milhões financiados pela Petronas, estatal de petróleo e gás da Malásia. O laboratório de hidrogênio completa um investimento acumulado de R$ 250 milhões nas instalações que tem como parceiras também Equinor (estatal de petróleo da Noruega), Repsol (petroleira privada espanhola) e Eneva (empresa brasileira de gás e energia).
Seis integrantes visitam instituições em Duisburg e Stuttgart, na Alemanha, e em Londres, na Inglaterra, para fazer cooperação técnica com os laboratórios que são considerados referência na área.
Na prática, o reconhecimento formal para avaliar a qualidade de hidrogênio permite emitir relatórios de ensaio válidos em qualquer lugar do mundo. São dados essenciais para assegurar que o hidrogênio utilizado em diversos setores atenda aos padrões exigidos.
— Um laboratório do porte no Brasil ajudará empresas que estão entrando no mercado de baixo carbono e hidrogênio, que são relevantes na transição energética — afirma o diretor do IPR, Felipe Dalla Vecchia.
O novo laboratório de hidrogênio do IPR também precisará atender à norma ISO/IEC 17025, com auditoria internacional. A expectativa é que a avaliação ocorra no próximo ano. A estrutura poderá chancelar hidrogênio com qualidade para aplicação em células de combustível, a mais exigente.
— Hidrogênio para exportação é mais provável que se desenvolva no Nordeste, mas é um habilitador tecnológico para a economia de baixo carbono. Como existem desafios de armazenamento e transporte, o Estado tem vocação para fazer como insumo de outros produtos, como amônia ou combustível marítimo verde — diz Dalla Vecchia.
Um dos projetos mais recentes que o IPR assinou é o uso de eletrólise para reagir hidrogênio com CO2 (gás carbônico) para obter gás de síntese, que depois pode derivar para metanol — muito usado na produção de biodiesel, bastante concentrada no Estado —, metano e outros hidrocarbonetos.
*Colaborou João Pedro Cecchini


