
Em meio a tensões entre Israel e Irã, o dólar teve queda nesta segunda-feira (16) de 1,03%, para R$ 5,486. É a primeira vez que a moeda americana fecha abaixo de R$ 5,50 desde 7 de outubro de 2024. A bolsa de valores, por sua vez, teve alta significativa, de 1,5%, para 139.255 pontos.
Um cenário desse tipo enquanto um conflito ocorre no Oriente Médio não se explica só por um fator, mas por vários. No cenário doméstico, o que está no radar do mercado é uma possível desaceleração da economia.
Embora não haja sinalização clara, o resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em abril veio bem abaixo do mês anterior. O dado pode indicar uma pausa no aperto monetário, ainda que o resultado tenha vindo acima do esperado.
O Comitê de Política Monetária (Copom) tem reunião marcada para esta quarta-feira (18). As apostas ficam entre manutenção e alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juro.
Além da leitura local, há fatores externos que influenciaram na cotação do dólar. O principal é que o Irã pode estar disposto a negociar para evitar o avanço do conflito com Israel.
— Os mercados operam nesta segunda-feira como se a guerra estivesse para acabar, ou pelo menos que não deve escalar. Bolsas sobem em todos os mercados, e o dólar perde força frente moedas emergentes e industriais. De fato, segundo fontes ouvidas pelo The Wall Street Journal, há por parte de Teerã o interesse de colocar panos quentes desde que os EUA não entrem no conflito — afirma o economista André Perfeito.
O movimento positivo no mercado financeiro também fez o principal índice da bolsa brasileira (B3), o Ibovespa, fechar com alta de 1,49%, para perto de 139.255 pontos.
*Colaborou João Pedro Cecchini