
O temor de que o ataque de Israel ao Irã represente nova ameaça de expansão do conflito, agora inclusive para além do Oriente Médio, provocou a disparada do preço do petróleo. Na manhã desta sexta-feira (13), os contratos do tipo brent para entrega em agosto sobem 7,7% na bolsa de Londres que concentra essas negociações. A cotação, que estava abaixo de US$ 70 desde abril, agora vai a US$ 74,71.
O bombardeio matou ao menos dois dos principais generais do Irã, entre os quais Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Esse é o número reconhecido pelo país, mas há especulações sobre a morte de até 20 líderes militares.
Os principais alvos foram instalações nucleares do país, dias depois que a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês), vinculada às Nações Unidas, alertou que o Irã estava descumprindo o tratado de não-proliferação de armas. Nesse caso, também há declarações conflitantes: segundo Israel, teria sido atingido o "coração" dessa produção, conforme o Irã, teria havido "danos superficiais".
O Irã fez uma primeira retaliação, com lançamento de uma centena de drones em direção a Israel. Também segundo as informações disponíveis, teriam sido interceptados antes de se aproximar. Agora, o que se monitora é a reação de aliados do Irã, como Rússia e China, e de Israel, como os Estados Unidos. Os dois primeiros já condenaram o ataque.
A reação verbal do presidente dos EUA já foi explosiva. Donald Trump afirmou que os ataques israelenses "ainda vão piorar" se o Irã não fizer um novo acordo nuclear dentro de 60 dias. Afirmou que os líderes iranianos "estão todos mortos agora" e que "já houve grande morte e destruição".
Embora não se esperasse qualquer simpatia dos EUA em relação ao Irã, a escalada verbal neste momento de tensão não contribui. Ao menos até agora, Rússia e China fizeram os protestos protocolares habituais nesses casos. O temor de expansão do conflito sob o imprevisível Trump tem um elemento a mais de risco.