
Dos 34 blocos disponíveis na Bacia de Pelotas, só três foram arrematados no leilão do 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, realizado nesta terça-feira (17) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Todos ficam na parte gaúcha da Bacia de Pelotas, que se estende do litoral sul catarinense às proximidades de Cabo Polônio, no Uruguai.
O único consórcio com interesse na região no leilão foi formado por Petrobras (70%) e Petrogal Brasil (30%) – que ainda não tinha posição na bacia. Foram arrecadados R$ 11,46 milhões em bônus, com investimento mínimo previsto de R$ 84,96 milhões. No total, são cerca de 3 mil quilômetros quadrados para exploração. Outras 31 áreas estavam disponíveis no Sul, mas não receberam ofertas.
É bom lembrar que, no leilão de dezembro de 2023, haviam sido arrematados 44 blocos na Bacia de Pelotas. Os vencedores foram obrigados a executar ao menos R$ 1,56 bilhão em programa mínimo de exploração. Desta vez, 31 empresas estavam inscritas para a sessão, entre as quais as quatro que já adquiriram blocos na região — Petrobras, Shell, CNOOC e Chevron.
— O destaque deste 5º Ciclo é a oferta de áreas em bacias marítimas de novas fronteiras, em especial Foz do Amazonas e Pelotas, que apresentam características geológicas semelhantes às de províncias que tem protagonizado descobertas recentes de grande relevância global, Guiana e Namíbia — afirmou a diretora-geral interina da ANP, Patrícia Baran, em pronunciamento inaugural.
E a Margem Equatorial?
Como se previa, desta vez a estrela do leilão do a Foz do Amazonas, que teve 19 blocos foram arrematados entre 47 oferecidos. Essas áreas estão na polêmica Margem Equatorial, considerada a nova fronteira do petróleo brasileiro. A exploração é criticada por ambientalistas, por risco de acidentes perto da região amazônica.
Na Foz do Amazonas, foram arrecadados R$ 844,3 milhões em bônus, com investimento mínimo previsto de R$ 1 bilhão. No total, são cerca de 16,3 mil quilômetros quadrados para exploração.
A gigante petroleira americana Chevron vai operar nove blocos na região, todos em consórcio com a CNPC Brasil, de origem chinesa. A Petrobras terá cinco áreas em parceria com a ExxonMobil Brasil, com origem nos EUA. As demais terão a ExxonMobil Brasil como operadora principal, com a Petrobras em menor participação.
Não houve interesse na Bacia Potiguar, que também compõe a Margem Equatorial. Neste caso, eram 16 blocos em oferta.
Intensificação próxima
Duas empresas norueguesas planejam começar a buscar petróleo no litoral gaúcho no próximo mês. Em outubro, outras duas empresas, esperam iniciar seus estudos. A pesquisa que reúne Shearwater e Searcher Seismic está pausada neste momento, depois de operar por cerca de seis meses.
A previsão é concluir as atividades só em janeiro de 2028. Em tese, uma eventual perfuração só ocorreria depois, a menos que um resultado intermediário mostre alguma formação com alto potencial de existência de óleo ou gás.
A pesquisa sísmica é uma etapa da exploração que costuma ser comparada a uma espécie de ultrassonografia do fundo do mar, feita com objetivo de identificar possíveis acumulações dos chamados hidrocarbonetos.
*Colaborou João Pedro Cecchini