
No dia em que saiu até palavrão presidencial sobre o descumprimento do cessar-fogo entre Estados Unidos, Israel e Irã, o petróleo despencou 6,1% e voltou ao patamar anterior ao início da atual fase do conflito no Oriente Médio.
O contrato do tipo brent, referência internacional, para entrega em agosto, encerrou o dia cotado a US$ 67,14, abaixo dos US$ 69,36 de 12 de junho, véspera dos ataques israelenses ao país dos aiatolás que deflagraram inclusive a operação Martelo da Meia-Noite por parte dos Estados Unidos. É a menor cotação em duas semanas. No Brasil, o dólar oscilou 0,3% para cima, a R$ 5,52, e a bolsa também subiu cerca de 0,6%.
Pela manhã, ao ser indagado sobre o que parecia ser o descumprimento do cessar-fogo anunciado por ele com pompa e circunstância na noite de segunda-feira (23), Donald Trump pronunciou o tal palavrão presidencial:
— They don't know what the f... they're doing (eles não sabem que f... estão fazendo, usando o palavrão que em português também começa com "f").
De novo, em tese, o cessar-fogo foi confirmado, agora pelo Irã. Como as últimas horas demostraram claramente, anúncios são uma coisa, a prática é outra, mas analistas consideram razoável a possibilidade de haver ao menos uma trégua, porque os três países envolvidos podem vender internamente a seus eleitores como uma vitória – ainda que o Irã dependa da censura para garantir sua versão.
— Supondo que o cessar-fogo se mantenha, reforça nossa visão de que uma redução da tensão era mais provável do que um bloqueio total do Estreito de Ormuz, medida que teria desencadeado uma forte alta nos preços do petróleo. A perspectiva de graves consequências econômicas de um potencial bloqueio provavelmente motivou ambos os lados a concordar com o cessar-fogo, se for de fato genuíno — avalia Mukesh Sahdev, líder global de mercado de óleo da consultoria especializada Rystad Energy.