
Em cenário de desconfiança já acentuada com a dívida dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump conseguiu aprovar sua "big, beutiful bill". Detalhe: o Comitê Conjunto de Tributação da casa legislativa que deu maioria favorável ao projeto projeta aumento do déficit fiscal em US$ 3,8 trilhões em uma década – mais do que um PIB anual do Brasil.
A aprovação ocorreu na House of Representatives, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil. Teve até dois votos republicanos – considerados "falcões fiscais" – contrários, além de todos os democratas, mas passou. Inclui isenção sobre gorjetas, ampliação de deduções sobre heranças e doações e novas isenções para empresas.
Há previsão de maior dificuldade de passar no Senado, onde há mais republicanos fiscalistas, mas Trump tem se dedicado a aparar arestas para entregar uma de suas promessas de campanha. Nas vésperas da votação, o presidente dos EUA coloriu ainda mais seu repertório ao afirmar que ele é "o maior falcão fiscal de Washigton" – ou seja, é o mais preocupado com o equilíbrio fiscal.
As bolsas americanas chegaram a cair, mas foram resgatadas por uma declaração do diretor do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) Christopher Waller. Ele disse nesta quinta-feira que o juro pode diminuir no segundo semestre se as tarifas se estabilizarem em torno de 10%.
No Brasil, subiu a ansiedade sobre o anúncio de cortes no orçamento porque foi confirmada a presença dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet. É a primeira vez que isso ocorre. À espera das definições, dólar e bolsa andam de lado. O dólar subia até o meio da manhã, mas agora oscila para baixo (-0,1%), assim como a bolsa (-0,3%).